segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A vergonha do Triângulo da Escravatura:

É necessário repor esta verdade histórica: Não foram os Portugueses, nem outros "europeus", nem os árabes muçulmanos, que inventaram a escravatura em África, em geral, e muito menos em Moçambique.

Em África, milhares de anos antes de qualquer europeu, ou árabe muçulmano, lá ter posto os pés, já o negócio de escravos florescia não só no norte (Marrocos, Argélia, Tunísia, Egipto, Somália, Etiópia, etc ) como no centro e no sul, sobretudo entre o Senegal e o Norte de Angola, criado por régulos e chefes nativos, com os seus negreiros e contratadores, sendo os escravos normalmente obtidos através de guerras étnicas, assaltos a clãs vizinhos ou como punição por crimes de que eram, por vezes falsamente acusados de ter cometido.

Inicialmente Moçambique tinha a capital na lha de Moçambique, um centro importante cultural e de comércio, incluindo o negócio da escravatura, nas mãos dos árabes muçulmanos, de conluio com indígenas locais, e ao qual os portugueses posteriormente se associaram.

É conhecido, por exemplo, que os Lomuès (Macuas) de Moçambique, nos tempos idos, praticaram a escravatura em larga escala e que quando um chefe morria, com este eram enterrados escravos ou crianças vivas.

É raramente apontado que a pobreza extrema em que muitos africanos viviam nesses tempos chegava ao ponto de os compelir para a escravatura voluntária, já que tinham assim assegurada a sua sobrevivência, a um preço desumanamente elevado.

É igualmente pouco conhecido que outro motivo de escravatura resultava de alguns africanos ao pedirem empréstimos a senhores poderosos da sua área, fosse lá do que fosse, geralmente davam como penhora a mulher e os filhos.
Se pudessem pagar o empréstimo, tudo bem, se não... as mulheres e os filhos passavam a escravos.

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